Você pegou minha mão como se precisasse de mim. Correu uma floresta inteira em busca do meu sorriso. Transformou meu descanso com alguns solos de outrem. Fazia sala, trancava a porta e me deixava do lado de fora até que eu, pouco esperta, ao invés de gritar, implorar, espernear para que você abrisse a porta e em seguida abrisse também um sorriso orgulhosamente brincalhão. Não, eu dava meia volta, corria o quarteirão pela metade até chegar do lado de trás da casa, e então entrava sorrateiramente, chegava de surpresa na sala e você se intrigava. Depois tudo sempre ficava bem, nós riamos e nos envergonhávamos, olhávamos para o chão em silencio e falávamos ao mesmo tempo. Só que depois, quando você decidia encontrar a chave para que eu fosse embora, tudo parecia ter sido vagamente inconsolado. E você sempre volta a tentar me agradar com maçãs bonitas, não esqueça que eu as odeio, apesar da beleza que hipnotiza, eu as odeio, o cheiro, a textura e principalmente aquele interior bizarro que quando exposto fica escuro com o passar de minutos. Pense bem, você pode estar apenas dando passos para sair da minha vida.
ap.
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sem coerência,