terça-feira, 11 de maio de 2010

Passos para sair da minha vida

Você pegou minha mão como se precisasse de mim. Correu uma floresta inteira em busca do meu sorriso. Transformou meu descanso com alguns solos de outrem. Fazia sala, trancava a porta e me deixava do lado de fora até que eu, pouco esperta, ao invés de gritar, implorar, espernear para que você abrisse a porta e em seguida abrisse também um sorriso orgulhosamente brincalhão. Não, eu dava meia volta, corria o quarteirão pela metade até chegar do lado de trás da casa, e então entrava sorrateiramente, chegava de surpresa na sala e você se intrigava. Depois tudo sempre ficava bem, nós riamos e nos envergonhávamos, olhávamos para o chão em silencio e falávamos ao mesmo tempo. Só que depois, quando você decidia encontrar a chave para que eu fosse embora, tudo parecia ter sido vagamente inconsolado. E você sempre volta a tentar me agradar com maçãs bonitas, não esqueça que eu as odeio, apesar da beleza que hipnotiza, eu as odeio, o cheiro, a textura e principalmente aquele interior bizarro que quando exposto fica escuro com o passar de minutos. Pense bem, você pode estar apenas dando passos para sair da minha vida.

ap.

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sem coerência,