sexta-feira, 21 de maio de 2010

Levavam...

As lágrimas levavam os dias complicados em que nada mais valia a não ser a cara enfiada no travesseiro, gritos silenciosos. Levavam os cortes nos pulsos nos dias em que nada mais valia a não ser a anestesia pelo sofrimento físico. As lágrimas levavam e embaçavam: A imagem de um olhar cético a espera de um empecilho. Levavam tudo, caia tudo lágrimas abaixo, era uma enxurrada de lençóis velhos, cadeiras antigas, pilhas e mais pilhas de livros desorganizados, marcados e rabiscados, pedaçinhos minúsculos de fotos, cartas românticas choravam a tinta preta da caneta, as lágrimas empurravam um amor pra fora de casa. Elas insistiam que fosse embora, num dia em que nada mais valia a não ser o arrependimento.

ap.

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sem coerência,