segunda-feira, 31 de maio de 2010

101

No dia ela arrumou até os lençóis da cama, deixou a casa limpa, com boa aparência. Engraçado seria se fosse outra a receber em sua casa, pois era mesmo isso, era outra, a outra. Acendeu um incenso, sentou no sofá e ficou a espera, calada, quieta, inerte. Mas quem poderia imaginar. Logo ela a ter paciência com esse tipo de coisa, logo ela a esperar alguém tão ansiosamente, engraçado, porque tudo que se passa pela cabeça dela não é nada, não importa... Ninguém se importa, então ela vivia assim no jeito seja o que Deus quiser e o tempo ia passando e passando e ninguém ligava mesmo então ela ia vivendo e vivendo. Vivia tanto que às vezes chegava a ser insuportável. Como pode alguém se apoderar da vida como ela se apoderava? E ainda por cima, ela nunca precisava esconder as facas, muito menos derramar uma lagrima, havia partes da vida que ela não fazia questão de apoderar-se e não se apoderava. Mas a minha querida moradora do apartamento 101, um dia se deparou com as surpresas do não apoderado.

ap.

2 comentários:

sem coerência,