quinta-feira, 8 de julho de 2010

Como se(m)

Quando me encontro sozinha na banca de revistas, compro somente as de culinária. Como se houvesse para quem cozinhar. Entretida entre tortas de frango e bolos de damasco, espero o troco com um sorriso no rosto. Como se houvesse para quem sorrir. Saio de lá e quando me encontro sozinha na cafeteira abro minhas revistas de culinária. Como se não houvesse mais nada em que se ocupar. Leio-as atentamente. Como se o café não fosse o meu objetivo e eu podesse deixa-lo esfriar. Saio de lá e quando me encontro sozinha em casa, sento-me e choro. Como se houvesse por quem esperar.

ap.

2 comentários:

  1. Me lembrou uma parte do livro de kerouac que to lendo:
    "Para tranquilizálo dou um sorriso de despedida e começo a andar mas ele continua olhando com atenção cada movimento do meu sorriso e de minhas pestanas, (...) ele responde com os próprios sorrisos igualmente elaborados e psicologicamente corroborativos, trocamos muita informação entre nós com sorrisos loucos de despedida (...) - uma relutância que dura um segundo breve (...), o sorriso, parte do antigo, é removido, não necesita mais - Ele vai para sua casa, eu para a minha, por que sorrir disso a noite inteira a menos que tenha companhia - A tristeza do mundo com educação - (...)"

    também lembrou the "killers - smile like you mean it" e "warren zevon - life'll kill ya"

    eu queria saber cozinhar; mesmo que so pra mim.

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  2. Depois a gente sempre encontra o propósito das revistas, dos sorrisos e dos choros... é certeza.

    texto lindo !

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sem coerência,