quinta-feira, 3 de março de 2011

Ainda que eu seja

Ainda que me chames de tola e digas para si mesmo que comigo não vai ficar eu esperarei quietinha ao lado do telefone, um dia você há de lembrar as teclas que são para apertar em sua veemência desatinada e vais falar comigo, sei que vai, vais pedir desculpas, pedir para que eu te deixe voltar, pedir um abraço, sei que vais, vais pedir paz a mim que sem resposta desligarei bem na tua cara, sem escrúpulos e sem razão, pois foi você mesmo que me chamou de tola outro dia. Porque só irás ligar e convocar minha presença se antes me ofender e agourar cada minuto do meu dia, sempre foi da tua natureza dar valor ao que vem do ferimento, da dor, não que sejas sádico ou impetuoso, mas sim porque talvez gostes de cuidar de algo pisado, amarrotado, feito o meu coração depois de tuas injurias. Desligo, pois tu tens que cuidar do teu coração demasiadamente mais pisado que o meu, tu que tropeças nos teus próprios sentimentos e os machuca sem pedir paz.

ap.

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sem coerência,