terça-feira, 25 de abril de 2017

Acanhado estudo acerca de demoníaca conduta e angelical disparate cap. 1

Sobre a hipótese de que a intimidade nada mais é que a ilusão de estrangeira aproximação, na verdade nunca houve intimidade alguma senão apenas recortes e trechos de uma ideia de conforto repentino ou duradouro em face de um mascarado e inexorável individualismo inerente. Embora a premissa ainda não se prove verdadeira, os estudos e pesquisas feitos na atual sociedade que insiste em socar o estômago e viver numa montanha russa ainda que tenha acrofobia, apontam para inevitáveis erros de percepção principalmente quando se fala sobre os limites da liberdade que em suma podem roubar violentamente a intimidade e transforma-la em constrangimento, pois é inverossímil que a mente crie em sua infantil independência limites quando de fato tudo tem seu próprio limite preestabelecido portador de vida própria. Segundo o Demônio, a insensibilidade parte da sensibilidade para consigo mesmo, o amor próprio (ainda que secretamente falso) nunca foi tão importante para a figura demoníaca. Sua conduta diante do mundo que o cerca não poderia ser mais simples do que apenas se embasando na ideia de que a agressividade é mais recompensadora do que a bondade, quando sempre em papel rude o Demônio é reconhecido, este se torna o mais afável dos homens diante do menor e mais ordinário ato de etiqueta. Em contra partida está o Anjo, esta angelical mulher, pura e amável com todos inclusive com o rude e demoníaco homem afável às vezes, encontra-se numa rua sem saída quando tudo que esperam e recebem dela é a imaculada gentileza, o Anjo então se acha incapaz e proibido de proferir inofensivo desacato, pois se o faz, este é massacrado e mandado para as chamas, ao contrário do Demônio que transita com segurança e liberdade entre o céu e o inferno.

ap.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sem coerência,