- Por onde diabos você anda?
Ele me perguntou bem assim, em tom de reprovação precipitada sabem?! Como era um bom ator, meu pai que o diga. E eu queria responder que ando mesmo com os diabos, ando meio atordoada, assustada com qualquer coisa, mas eu nunca gostei mesmo de palhaços, pois é. Nunca gostei de palhaços e as lagartixas são asquerosas, afinal, o rabo delas cresce mesmo de volta, descobertas de criança que tenho nessa idade, uma vergonha eu diria. E queria mesmo até responder que ando com vergonha. Eu queria responder onde eu queria estar. E eu até responderia que queria continuar andando com os diabos, assustada com répteis pequenos, e evitando ir ao circo. Mas é que depois daquele momento quase imperceptível, aquele entre o dormir e o acordar, eu descobri que há alguns minutos eu já não andava com os diabos, nem os répteis me faziam pular pra cima da cadeira, nem os palhaços me atormentavam mais. E eu finalmente pude responder que, eu respondi que, eu prometi que, eu apenas sabia o que era que eu, eu... Eu ainda não respondi.
ap.
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sem coerência,