segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Só não preste o favor da atenção

E se tem uma coisa que eu admiro em nós é a maturidade ao calar, nós sabemos ficar calados. Calar é bem mais do que falar, aprendi isso depois de algumas aflições ao perceber o quanto você havia dito no silêncio e acima de tudo, o quanto você nem havia pensado em dizer. Eu fui aprendendo você com o tempo e deve-se a esse aprendizado todo o silêncio, mas entenda antes de qualquer coisa que não é silêncio propriamente dito, silêncio seria a ausência de palavras e isso nos transborda a mente de tal modo chegando a doer, então como tudo até agora o nosso calar não possui nome, ele fica calado juntos a nós. Às vezes ao telefone eu escuto alguns gemidos, mas quando você fala... Com essa voz de como ao começar nunca fosse parar, é quase o melhor momento do meu dia, digo quase, pois o melhor do meu dia com você são esses teus ataques de carinho de me apertar até os joelhos, perguntar pelas minhas bochechas e abraçar ternamente minha boca. Falar minha boca me constrange um pouco, logo, paro por aqui num dos meus ataques de silêncio, escute o que quiser porque é somente o que eu tenho a dizer.

ap.

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sem coerência,