sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Desquite

E pararam então de se olhar por uns minutos porque essa coisa às vezes cansa e manter a brisa da tranqüilidade é relativo. Acabaram se arrumando um para cada lado porque isso às vezes pode atrapalhar qualquer um e ninguém está aqui para ser confundido e injuriado. Não sei ao certo se era tarde de alguma coisa, pois quase sempre a tarde é de nada e inventar seria agourar acometimentos verdadeiros. Pela porta passaram um de cada vez porque dois corpos não mais ocupam o mesmo lugar no espaço e tentar seria o mesmo que fracassar, impiedoso fracasso que seria o de apostar na via interditada do ser. Dormiram na mesma cama, comeram na mesma mesa e dividiram até o mesmo frasco de alguma coisa inútil, mas isso sem se olhar e então era ainda que logicamente esperar uma série de nãos, não dormiam mais, não comiam mais e estavam ficando egoístas.

Pois para você eu escreveria cartas fazendo o seguinte apelo e lhe cobrando a seguinte confissão: Quando estiver sendo incendiado peça uma mão que você possa sustentar porque morrer num fogo queimado é o mesmo que reutilizar lágrimas de uma tarde de nada.

ap.

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sem coerência,