sábado, 4 de setembro de 2010

Os olhos de Marla

E se recostaram entre os cantos da parede. Não há nenhum relato de constrangimento, pois eram por demais íntimos sendo um o outro e o outro, o outro. Pensaram na leve absorção de navegar por mares nunca antes navegados e assim os dias consistiam em pensar e no simples navegar pelos olhos. Eram uns olhos sobre os quais se escreveria tantos poemas, eram uns olhos brilhantes de musa abandonada atravessando a rua vazia, estando todos por completo no bonde que alçava vôo pela rua quadriculada. Eram olhos de animal esguio e astuto em pronta partida para correr. Os dois olhos eram cada um de cores diferentes, um dos parecia mais com uma mistura de marrom e violeta, o outro era azul céu ao meio dia. Eram olhos desenhados a mão, ao mesmo tempo em que levemente caídos eram também rapidamente arqueados. Olhos de terror acompanhados de pupilas tenebrosas. Os olhos eram isso tudo e um pouco mais, pois no se recostar entre os cantos da parede se navegava de olhos fechados.

ap.

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sem coerência,