Como se tivesse corrido quilômetros e de repente parado, parado até sem motivos e estou ofegando porque a corrida até aqui foi longa e eu não fiz nada para estendê-la, também não cortei caminhos, eu fiz tudo corretamente. Eu respiro sem parar e ar nenhum enche meus pulmões. Tento me acalmar na esperança de que passe. E não passa. Olho pro teto tentando me concentrar em outra coisa. Não me concentro e não sei mais o que fazer. Logo me ocorre que não há nada a fazer a não ser esperar, porque agora eu finalmente parei e não vou continuar. Não, talvez eu possa fazer algo, eu posso muito bem sair por essa porta não muito longe de modo a enxergá-la pequena e sair assim, simplesmente. Depois disso ficarei livre de crises e viva ao desapego! Ando rápido em direção a porta. Como quero chegar até lá! Um desejo incomparável o que sinto. Vejo-a ficando cada vez maior e maior até que fica maior que eu mesma. Estendo o braço em êxtase e decididamente giro a maçaneta, mas a porta não abre, giro várias outras vezes crendo na desculpa de ser só uma questão de “jeito”, nada, descubro que estou presa e não há janelas e muito menos outras portas, estou presa no escuro e sem fôlego, estou presa dentro de você.
AP.
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sem coerência,