terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Relato frio

Ai pediu pra eu escrever uma musica pra ela, foi uma coisa mesmo meio encomendada, um amor de propósito eu costumo dizer. Ela me forçou a amá-la, como no mar, eu um menino magrinho sem saber nadar, ela como a onda me arrastando pro fundo. Vocês entendem? Acontece que o menino magrinho esperou o ano todo pelas tais ondas sem saber que estas tais ondas o levariam a uma perdição salgada. Hoje quando eu voltava pra casa vi uma grande porção de borboletas na rua, as borboletas nem eram grande coisa, pois eram da mesma cor que sempre costumam ser: Amarelas; o que deixava a situação notável era justamente a quantidade delas na rua. Minha mãe na sua incansável lógica para tudo falou sobre a causa de tantas borboletas: Primavera. Eu já penso diferente, soube na hora que se tratava de um sinal dela, de começo ou fim, da no mesmo. Era um sinal, até porque a minha musica dela fala sobre borboletas e daí eu acabei por ligar as coisas, embora se na musica não houvesse nem lagartas eu haveria de achar um jeito para justificá-la em qualquer súbita lembrança. É, eu costumo ser assim mesmo, sabe... Meio eu, meio qualquer outra coisa e ela não, ela sempre costumou ser toda ela ou toda qualquer outra coisa; talvez tenha sido precisamente isso a causa do nosso afastamento: A diferença ao se tratar de nossas personalidades, porque os opostos não se atraem.

ap.

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sem coerência,