terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O título de Hipólito

Houve-se uma cadeira rangendo-se. Paira mistério na sala. Hipólito está tenso, as escassas partes do seu rosto não cobertas pela sua monstruosa e peluda barba grisalha estão vermelhas como sangue, de alguém vivo, e suadas desesperadamente como se chorassem rios de lagrimas salgadas. Talvez chorassem, mas dessa vez não estavam para brincadeira. Cortou o frango de modo tão neurótico e o dilacerou como uma baleia se alimentado de camarões minúsculos que ao fim posou sua gorducha e nauseante mão na superfície da mesa e riu-se. Debochou maldosamente de sua cara gorda, tal inescrupulosa e seu caráter duvidoso. Ia até se levantar e ir até a varada, mas riu-se de maneira tão secretamente gritante que preferiu rolar-se pelo chão, somente rindo-se. Entregando-se a ele mesmo de não sei que forma.

ap.

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sem coerência,