Milésimo se achava no alto da escada, conforme os dias passavam, ali, cada vez mais. Medo crescendo. Olhar fixo perdido lá embaixo. Cabeça se aproximando do teto, via a escada menor... Descobria como era difícil deixar de ser criança.
AP.
quinta-feira, 25 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Duas ou mais coisas que não sei.
Porque quando eu esquecer de mim mesma eu tentarei fazer com que todos sejam livres. Quem pegar o que está ao meu redor vai refletir no silêncio das borboletas. A vida me permite achar filosofias vãs que na vida não serve. Por que então ser feliz? Procurar por isso a vida toda e ela toda não fica feliz. Sinto orgulho de sentir, mas só de sentir orgulho porque sentir não sinto. A vida espera que eu grite aos quatro cantos o que? Só se for aos quatro cantos do quarto do hospício aonde não irei, enlouqueci e ninguém percebeu porque já eram todos insanos antes de mim. Nesta hora amanhã onde estaremos? A beleza é não saber. Existem milhões de histórias para se contar numa fogueira, mas e quando ela está apagada? Sim, o mundo fica escuro. Seja verdadeiro sempre, porque eu juro, eu vejo humor onde não tem. Porque só quando você decidir estará tudo bem, tudo bem.
AP.
AP.
segunda-feira, 15 de março de 2010
As vezes a vida é perfeita...
Não é? Ela tem que ser! Para compensar tudo de ruim que acontece. Você tem que aprender a andar, tem que aprender a falar, tem que usar o chapéu ridículo que a sua avó comprou pra você. Sua opnião não conta. Quando você cresce um pouco, pode escolher seus chapéus; mas não pode escolher o que botam nas almondegas da cantina, ou quando se apaixonar. As coisas acontecem e você tem que se virar.
(do filme: How to deal)
(do filme: How to deal)
domingo, 14 de março de 2010
Domingos.
E eu? O que direi nos dias que não poderei suportar? Infelizes dias, serão tão cheios da tua ausência, serão tão cheios do silêncio que me consumirá viva, serão eternos domingos chatos e inúteis, sem ti será tudo vazio. O que direi? Direi que simplesmente não posso suportar? Eu largarei os lenços e mostrarei meus dentes amarelos a qualquer um que talvez não mereça o que só diz respeito a ti? Será neste domingo que sorrirei e sem ti? Além do mais, sem ti. Não, não sorrirei, não vou chorar, não andarei por aí sem rumo, não escreverei, tu não mereces decifrar minhas cartas, você foi embora, e agora eu não precisarei suportar nada, nunca verá meu sorriso outra vez, nunca mais enxugará minhas lagrimas porque para morrer num domingo é muito fácil.
AP.
AP.
sábado, 13 de março de 2010
Nunca mais.
Isso nunca mais apareceu na minha porta me chamando pra ser feliz. Isso nunca mais me atormentou tentando me jogar no poço. Isso nunca mais foi ao extremo cínico dizendo que era tudo brincadeira, porque eu e isso sabíamos que não era. Porque eu e isso sabíamos combinar as palavras e só por saber, misturávamos tudo numa perfeita sintonia que só por ser perfeita era guardada a sete chaves.
AP.
AP.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Abra seus olhos.
Diga-me que agora você abriu seus olhos, e que no fundo você sempre soube que eu era assim, todo errado pra você, que você mal me julgou pela capa e seus olhos não reviraram naquela noite. Admita que você nunca quis borrar seu batom ao me beijar, admita que as horas estão no lixeiro e ninguém vai reciclar. Naquela manhã você me abraçou porque estava com frio, só admita. Olhe nos meus olhos agora e perceba que tudo que passou não passou, não esteve, nunca foi. Admita que eu nunca fui uma sombra pra você, porque por mais que eu tenha ficado todo esse tempo, o meu álcool não te embriagou. Admita que eu sou uma gripe, que sempre fui um pesadelo e quando você acordava tudo continuava na mesma. Admita que eu nunca fui seu. Admita toda a verdade que nos faltou todo esse tempo, admita que eu era frio e todo por fora. Admita que eu nunca fui os cortes do seu álbum, diga-me que eu sempre fui os retalhos inúteis. Admita que eu sempre fui ultima opção e nem isso sou mais. E agora diga sim, somente sim para o final. Admita. Admita que eu bebia todas sem me importar, admita também que você acabou tirando isso de mim. Admita que eu nunca fui pedaços seus, e nunca quis ser. Admita que você não vai devolver o diamante e por mais que eu tenha coragem, não pedirei de volta. Admita que eu nunca gostei de mim mesmo enquanto estive ao seu lado. Admita que eu nunca mais verei seus olhos chatos que não fechavam nunca com meus sonhos. Diga-me que a dor de estar comigo não tinha nome. Admita que você nunca quis se arranhar na minha barba por fazer.
Admita que eu sou um pseudoamor.
AP.
Admita que eu sou um pseudoamor.
AP.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Chamei de meu conto.
O sofrimento... O doce sofrimento...
Eu gritei, berrei, quando me disseram que te amo.
Daqui de cima me sinto respeitável, grande. A cidade é um contraste, é o dia na noite. Estou sonolenta, porém a dor de cabeça não me deixa dormir, depois que me disseram que te amo, não consegui. O vento desembaraça meu cabelo suavemente, o cheiro indigesto da cidade muito abaixo chega até mim e aqui, ao meu redor não existe quase nada, é o meu pequeno espaço. É o meu extremo. Aqui você não cabe. Meus pés estão frios descalços do outro lado da grande vidraça, já minhas mãos e a ponta do nariz parecem mortas. Minhas unhas estão molestadas, meu cabelo sujo há dias, e eu que queria ser ao menos “um mistério” passarei a ser apenas “uma rotina de dor”. Logo eu que era inteiramente garras e sonhos, depois que me disseram que te amo me tranquei e engoli a chave. Desaprendi a descansar e não sou autodidata. Mãos agarradas na parede, no nada; joelhos trêmulos; de estantes em estantes barriga congelada; Dedos dos pés no amplo vácuo entre eu e a cidade iluminada, lá embaixo, toda animada.
O que me conforta é saber que as cicatrizes nos ajudam a lembrar que o passado foi real.
AP.
Eu gritei, berrei, quando me disseram que te amo.
Daqui de cima me sinto respeitável, grande. A cidade é um contraste, é o dia na noite. Estou sonolenta, porém a dor de cabeça não me deixa dormir, depois que me disseram que te amo, não consegui. O vento desembaraça meu cabelo suavemente, o cheiro indigesto da cidade muito abaixo chega até mim e aqui, ao meu redor não existe quase nada, é o meu pequeno espaço. É o meu extremo. Aqui você não cabe. Meus pés estão frios descalços do outro lado da grande vidraça, já minhas mãos e a ponta do nariz parecem mortas. Minhas unhas estão molestadas, meu cabelo sujo há dias, e eu que queria ser ao menos “um mistério” passarei a ser apenas “uma rotina de dor”. Logo eu que era inteiramente garras e sonhos, depois que me disseram que te amo me tranquei e engoli a chave. Desaprendi a descansar e não sou autodidata. Mãos agarradas na parede, no nada; joelhos trêmulos; de estantes em estantes barriga congelada; Dedos dos pés no amplo vácuo entre eu e a cidade iluminada, lá embaixo, toda animada.
O que me conforta é saber que as cicatrizes nos ajudam a lembrar que o passado foi real.
AP.
Assinar:
Postagens (Atom)