Podemos jogar coisas no telhado, e como podemos. Aquilo de que participamos principalmente. Ouve um tempo em que amar já não era cabível no vocabulário e eu joguei um montão de coisas fora, era mais para me livrar daquela tralha toda que para lembrar que tinha um telhado, é que o telhado me doía tanto: daquele jeito do como nos cortamos fácil sem perceber, o sangue alarmante fica perambulando por um tempo na epiderme e finalmente: dá seu grito de morte: o meu olhar: O que reconhece o erro, o que pede perdão é outra historia completamente diferente, pois se tem que amar para se ajoelhar e suplicar. Eu que não rolo no chão e dou a patinha para algum contraponto, posso até dar uma olhada e tudo o mais, de modo à vez ou outra me deixar levar na maré até como quando o suposto amante de Capitu morreu, pois é deveras hipotético. Eu gosto de pensar nas coisas como se eu as fosse. Talvez se pensar nisso a todo o tempo, eu tente me tornar até em coisas más, salgadas, impenetráveis, as paixões sem os terríveis e inexoráveis fundamentos, o nexo. Eu não queria na maioria das vezes ser quem eu era, apostar as fichas mais valiosas num ser sem apelido nem cidadania ou pensamento político, preferia mais que mil e uma vezes pensar como os sábios, que de tanta destreza acabaram sendo somente e nada mais que sábios; o louco já não tinha espaço no que eu em superioridade me imaginava ser. Em quanto tempo eu iria me tornar dentro do meu destino? Passaria tempo até eu descobrir ainda naquela época que nunca, nada, me transformou, encaixou-se, tudo bem, moldou-se... E de forma alguma sem duvidas não me modificou. Porque ao passar pela chuva me protegi com as mãos. Porque quando eu precisei antes eu ofereci com a mão cheia, ainda que fosse de unicamente apreço. Porque quando me mostraram um inseto asqueroso e eu o matei e depois pensei em como uma parte de mim já foi barata, foi ai que eu entendi: “Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito”.
ap.
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sem coerência,